quinta-feira, dezembro 21, 2023

Traumatismo Crânio-Encefálico: Estudo de caso

Apresentação de Estudo de Caso referente a trabalho realizado no ano lectivo 2002/2003 do curso de Fisioterapia da ESSAlcoitão ("Traumatismo Crânio-Encefálico: Fisioterapia aplicada a um utente com hemiparésia espástica de predomínio braquial direito e ataxia")

https://drive.google.com/file/d/1m8R6GkgPeiq7Qu4ey3pECnCJlnp0KZv1/view?usp=drive_link

Bases de intervenção do fisioterapeuta no doente com espasticidade

Realizado o trabalho em causa no ano lectivo 2002/2003 do curso de Fisioterapia na ESSAlcoitão, deixo, aqui, de modo mais derradeiro, a apresentação correspondente, que possui alguns dados, esquemas e imagens que sobrepujam o que, mais tarde, foi publicado em artigo na revista «Sinapse».

https://drive.google.com/file/d/1HczVJjrA1syjPvahvfMf3Eeu3-cyQ_WK/view?usp=sharing


quinta-feira, dezembro 07, 2023

Reeducação Postural e Cadeias musculares

Coloco, aqui, de modo mais definitivo, o link para a apresentação que foi usada durante anos em formações, worshops e conferências, e que resume a teoria em «O Anti-fitness (...)». Já houve uma evolução face ao apresentado, mas a Apresentação vigente é a clássica, a mesma que alguns tiveram dificuldades em "baixar" no site "Academia". 

Reeducação Postural e Cadeias musculares

segunda-feira, dezembro 04, 2023

Mecanismos de Neuroplasticidade na recuperação da função após lesão cerebral

https://drive.google.com/file/d/1DHebcxCikNz1P0QQAGdPPmlPGobSqqLj/view?usp=sharing 


Trabalho do 4º ano do curso de Fisioterapia (2003) da ESSAlcoitão (versão PowerPoint, em pdf), agora cedido em Drive do Google. Uns anos depois de ter sido apresentado, um artigo, já muito diferente, nele baseado haveria de ser publicado na revista Re(habilitar), não tendo nunca sido digitalizado. Coloco, aqui, o trabalho, porque penso ser útil para alguns que o têm pedido.

sábado, novembro 18, 2023

Programação Neurolinguística

(Apresentação em  https://drive.google.com/file/d/1CpxMkgNtYU-nD_6oR5cb0EOiq6OTaht7/view?usp=sharing)

Programação Neurolinguística: introdução

 

É preciso deter a noção de que o conceito de neurolinguística, o qual se refere geralmente ao “estudo da linguagem no cérebro” (Obler & Gjerlow, 1999) difere do conceito, muito mais específico, de neurolinguística no desenvolvimento. A neurolinguística, enquanto modelo de prática ou intervenção cognitiva, acaba por decair no conceito pragmático de Programação Neurolinguística (PNL), o qual se refere a um tipo específico de processamento cognitivo auto-induzido com vista à aprendizagem e desenvolvimento cognitivo.

Mais do que um método ou mecanismo de modelagem cognitiva, a PNL consiste sobretudo numa forma de ver os mapas mentais e a neuroplasticidade. Infelizmente, o método tem sido várias vezes laborado no contexto da psicologia da auto-ajuda, não se compreendendo muitas vezes a dimensão contextual a que o citado método se refere.

A PNL refere-se a processamento. Refere-se a desconstrução. Refere-se a metodologia. Não se refere tanto a uma forma de agir mas antes a uma forma de funcionar, e sempre da maneira mais simples possível...

A PNL, cujo campo de estudo é a “estrutura da experiência subjectiva” (Vallés, 1995), não pretende ser uma teoria, detendo antes o estatuto de modelo. Enquanto tal, a PNL trata de conhecer e empregar o nosso próprio código de comunicação, empregando-o adequadamente para que se consiga uma resposta positiva em qualquer meio. A PNL é a arte e a ciência do funcionamento pessoal dito “excelente”.

Há pouco mais de duas décadas, dois homens curiosos – o especialista em informática e, então, estudante de psicologia, Richard Bandler, e o linguista John Grinder – indagaram-se sobre se seria possível detectar a forma como se conduziam as pessoas que eram reconhecidas pela eficácia e pela destreza nos campos da sua actuação específica, e se se poderia transformar essa informação em ferramenta prática que pudesse ser aplicada por outra pessoa em qualquer outra área. Os autores compuseram uma equipa multidisciplinar e iniciaram um trabalho de vários anos, filmando e estudando os melhores comunicadores do mundo, aqueles que se evidenciavam de forma excelente nas suas profissões, em todos os ramos das ciências, das artes e dos negócios (Bandler & Grinder, 1979).

O resultado originou o nascimento da PNL, a qual constitui uma nova e diferente abordagem da arte da comunicação e do desenvolvimento da excelência pessoal.

A razão do nome é a seguinte: Programação: porque programar é organizar de forma eficiente os componentes de um sistema a fim de conseguir o resultado adequado; Neuro: porque todo o comportamento resulta de processos neurológicos; Linguística: porque os processos neurológicos são expressos através de uma linguagem verbal e corporal.

Portanto, a PNL permite-nos ordenar os componentes do nosso pensamento e organizar a nossa experiência de tal maneira que, através dos processos neurológicos, logremos produzir os comportamentos adequados aos objectivos que queremos alcançar (Vallés, 1995).

A PNL estuda talento e qualidade – como organizações e indivíduos excelentes obtêm os seus resultados excelentes. Os métodos podem ser ensinados a outros para que eles também possam obter a mesma classe de resultados, através de um processo denominado de modelagem.

Para modelar, a PNL estuda como estruturamos a nossa experiência subjectiva – como pensamos sobre os nossos valores e crenças e como criamos os nossos estados emocionais – e como construímos o nosso mundo interno a partir da nossa experiência e lhe damos significado. Nenhum evento tem significado em si mesmo, nós atribuímos significado, e pessoas diferentes podem lhe atribuir significados iguais ou diferentes.

A PNL afirma ajudar as pessoas a mudar ensinando-as a programar os seus cérebros. Foram-nos dados cérebros, diz-se, mas não o manual de instruções. “A PNL oferece-lhe um manual para o seu cérebro.” Este manual parece ser uma metáfora para o trino da PNL, que é muitas vezes referida como “software para o cérebro”. Mais, a PNL, consciente ou inconscientemente, baseia-se em (1) a noção de Freud do inconsciente e a sua influência no pensamento e acção conscientes; (2) comportamento e linguagem metafóricos, especialmente baseado no método usado por Freud na Interpretação dos Sonhos e (3) hipnoterapia, tal como a desenvolveu Milton Erickson (Grinder, DeLozier & Bandler, 1977). A PNL é também fortemente influenciada pelos trabalhos de Bateson e Chomsky.   

A PNL iniciou-se com Richard Bandler e John Grinder, nenhum dos quais deu qualquer contributo para a neurologia, apesar das repetidas afirmações sobre a PNL ser capaz de reprogramar o cérebro. A PNL nada tem a ver com o estudo do cérebro. Tem a ver com o psiquismo das pessoas de modo a levá-las a controlar a sua vida e dando-lhes esperança, inspiração e alguma comunicação prática, modificação de comportamento e talentos motivacionais.

O First Institute of Neuro-Linguistic Programming™ and Design Human Engineering™ de Bandler tem a dizer o seguinte sobre a PNL:

“Neuro-Linguistic Programming™ (NLP™) é definida como o estudo da estrutura da experiência subjectiva e o que daí pode ser calculado e é radicado sobre a crença de que todo o comportamento tem estrutura... Neuro-Linguistic Programming™ foi especificamente criado de modo a permitir fazermos magia criando novos modos de compreender como a comunicação verbal e não verbal afecta o cérebro humano. Tal como se apresenta a todos nós a oportunidade não só de comunicar melhor com os outros, mas também de aprender a ganhar mais controle sobre o que consideramos serem funções automáticas da nossa neurologia.”

É-nos dito que Bandler tomou como primeiros modelos Virginia Satir (a Mãe da Terapia de Sistema Familiar), Milton Erickson (o Pai da moderna Hipnoterapia) e Fritz Perls (antigo defensor da Terapia Gestalt) porque tinham tido extraordinários resultados com os seus clientes. Os padrões linguisticos e comportamentais destas pessoas foram estudados e usados como modelos. Eram terapeutas que gostavam de expressões como “auto-estima”, “validar”, “transformação”, “harmonia”, “crescimento”, “ecologia”, “auto-realização”, “mente inconsciente”, “comunicação não-verbal”, “atingir o potencial mais elevado”, expressões que são faróis da PNL e de toda a psicologia transformacional da New Age.

Nenhum neurocientista ou alguém que tenha estudado o cérebro é mencionado como tendo qualquer influência na PNL. Por outro lado, alguém que não é mencionado, mas parece o modelo ideal para a PNL é Werner Erhard. Iniciou o est alguns quilómetros a norte (em São Francisco) de Bandler e Grinder (em Santa Cruz) apenas dois anos antes destes terem iniciado o seu “negócio”. Erhard parece ter-se dedicado ao mesmo que Bandler e Grinder: ajudar as pessoas a transformarem-se e a viverem melhor. A PNL e o est têm também em comum o facto de terem sido construídos a partir de uma amálgama de fontes de psicologia, filosofia e outras disciplinas, com um brilhante marketing, oferecendo uma chave para o sucesso, felicidade e plenitude a qualquer um que se disponha a pagar o preço das entradas.

Bandler afirma que continua a evoluir. Para alguns, contudo, ele parece mais interessado em proteger o seu império fazendo marca registada de cada bit da teoria. Parece extremamente preocupado que algum terapeuta possa roubar o seu trabalho com ele sem lhe entregar a sua parte. Podemos ser tolerantes e entender a obsessão de Bandler como um modo de proteger a integridade das suas descobertas sobre o potencial humano e como o vender. De qualquer modo, para clarificar áreas obscuras – sabe-se lá quais – o que Bandler chama a “real thing” pode ser identificada por uma licença e a trademark™ de The Society of Neuro-Linguistic Programming™.

A PNL possui seis princípios básicos, segundo O’Connor (2001):

(1)                  O indivíduo – O seu estado emocional e nível de habilidade. O sucesso dependerá do nível de habilidade e de capacidade do sujeito, assim como da sua congruência.

(2)                  As pressuposições – os princípios específicos da PNL – 1) As pessoas respondem à sua experiência, não à realidade propriamente dita; 2) Ter uma escolha ou opção é melhor do que não ter uma escolha ou opção; 3) As pessoas fazem a melhor escolha que podem fazer no momento; 4) As pessoas funcionam perfeitamente; 5) Todas as acções têm um propósito; 6) Todo o comportamento possui uma intenção positiva; 7) A mente inconsciente contrabalança a consciente; 8) O significado da comunicação não é simplesmente aquilo que a pessoa pretende, mas também a resposta que obtém; 9) Já temos todos os recursos de que necessitamos ou então podemos criá-los; 10) Mente e corpo formam um sistema, sendo expressões diferentes da mesma pessoa; 11) Processamos todas as informações através dos nossos sentidos; 12) Modelar desempenho bem sucedido leva à excelência; 13) O aprender está no fazer.

(3)                  Rapport – A qualidade do relacionamento que resulta em confiança e capacidade de resposta.

(4)                  Resultado – Saber o que se quer.

(5)                  Feedback – Uma vez sabedor daquilo que deseja, o indivíduo terá de prestar atenção no que está a conseguir, para que determine o que fazer a seguir.

(6)                  Flexibilidade – Se o que se está a fazer não estiver a resultar, faça-se algo diferente.

 

Programação Neurolinguística e aprendizagem

 

A PNL pode efectivamente ser utilizada em diversos contextos: a aprendizagem, o relacionamento, os sentidos, as emoções, a linguagem e a comunicação, a metáfora e o mundo onírico, a redacção, a compreensão e o enquadramento (Lankton, 1979; O’Connor, 2001), sendo que a aprendizagem aparece no nosso contexto como o mais capital dos interesses.

Desde que nascemos, aprendemos sem que ninguém nos diga como fazê-lo e assim prosseguimos aprendendo e desaprendendo de maneira consciente e inconsciente. Esta aptidão para a aprendizagem contínua faz com que a maioria das pessoas se habitue a preocupar-se mais com o que aprende do que como o faz (Vallés, 1995).

Assim sendo, a aprendizagem tende a ser vista enquanto fim de um processo, e não enquanto o próprio processo. É quase uma atitude behaviorista esta a de se fazer equivaler a aprendizagem ao comportamento externamente observável. Na realidade, a aprendizagem é fundamentalmente um processo, baseada numa matriz de actividade cognitiva mais ou menos específica.

O processo – a aprendizagem – tende a ser inconsciente, resultando em que o sujeito não atenta no facto de haver muitas áreas da sua vida em que desenvolve resistências à aprendizagem, ou simplesmente deixa de reconhecer que podia ter feito melhor.

Assim sendo, de modo a conseguir melhorar o desempenho, uma tomada de consciência relativamente ao processo é supramente necessária.

“Aprender a aprender é uma capacidade que pode mudar as nossas vidas de forma fundamental. Uma capacidade que afecta toda a nossa maneira de ser: quem somos, quem temos sido e quem podemos ser” (Vallés, 1995).

Compreendendo a importância deste assunto, a pergunta que surge é a seguinte: como poderemos aprender melhor?

Longe do que comummente se entende por aprender, a aprendizagem não é um produto exclusivo da capacidade intelectual: a disposição emocional desempenha aqui um papel preponderante. Assim sendo, para aprender temos de estar imersos num estado adequado, sendo que estado é a soma total da experiência humana numa situação determinada, englobando os processos intelectuais, emocionais e físicos que se produzem nessa situação (Vallés, 1995).

Há muitas razões pelas quais as pessoas perdem oportunidades de aprender no momento em que se depararam com algo novo: (a) quando o novo não é visto como novo – certeza e arrogância; (b) quando podemos ver o novo como novo – falta de autoconfiança, confusão e resistência.

Por outro lado, temos também um conjunto de atitudes emocionais que podem facilitar a aprendizagem: curiosidade, abertura e assombro.

Para adquirir qualquer capacidade, em qualquer área da nossa vida, há quatro requisitos básicos que, quando cumpridos, nos facilitarão enormemente a aprendizagem: (1) reconhecer que não sabemos ou que ainda temos muito a aprender; (2) encontrar alguém com quem possamos aprender; (3) manter uma disposição favorável à aprendizagem e (4) começar com a prática assídua das capacidades que se pretendam adquirir.

De seguida, apresentamos as quatro etapas pelas quais passamos durante o processo de aprendizagem (Vallés, 1995): (1º) Incompetência Inconsciente – quando alguém “não sabe que não sabe”, (2º) Incompetência Consciente – quando “reconhecemos que não sabemos”, (3º) Competência Consciente – quando “começamos a ser minimamente competentes” no que estamos a aprender” e (4º) Competência Inconsciente – refere-se à fase em que houve integração da aprendizagem, ou seja, a automatização dos processos necessários a determinado desempenho. O’Connor (2001) refere ainda a existência de um quinto nível de aprendizagem, a Maestria. A maestria corresponde a mais do que competência inconsciente; possui uma dimensão estética adicional. Não só é eficaz como lindo de se ver.

A aprendizagem em qualquer nível requer tempo. Leva cerca de 1000 horas para se alcançar competência consciente em qualquer habilidade que valha a pena. Leva cerca de 5000 horas para se chegar à competência inconsciente. E são necessárias cerca de 25000 horas para se atingir o nível de maestria.

Existem, porém, dois atalhos. O primeiro é um bom ensino. Um bom professor manterá o seu nível de motivação elevado, dividirá o trabalho em partes, proporcionará uma série constante de pequenos sucessos, manterá os alunos num bom estado emocional e satisfará a sua curiosidade intelectual sobre a matéria. Também tentará ele mesmo ser bom na matéria e acelerará a sua aprendizagem constituindo um bom modelo. Não só dará aos alunos o conhecimento, mas também uma boa estratégia para assimilar o saber.

O segundo atalho é a aprendizagem acelerada. Ela vai directamente do primeiro estágio (incompetência inconsciente) para o estágio de competência inconsciente, passando por cima dos estágios conscientes. A modelagem na PNL é um dos caminhos para a aprendizagem acelerada.


Programação Neurolinguística e os mapas mentais

 

Os sentidos compreendem a nossa ponte para o mundo exterior; é com eles que o exploramos e delimitamos. Dado que o mundo é uma infinidade de possíveis impressões sensíveis, somente uma pequena parte de nós é capaz de o perceber. Esta porção da realidade é depois filtrada pela nossa experiência individual, resultante da cultura, da linguagem, das convicções, dos valores, dos interesses e das suposições.

Com o auxílio de todos estes filtros, o mundo exterior adquire um sentido particular em cada indivíduo. Cada um de nós vive uma realidade única, construída pelas suas próprias impressões sensíveis e pelas experiências individuais de vida, actuando de acordo com o que percebemos. Esse é o nosso “modelo pessoal do mundo”.

Um dos pressupostos básicos da PNL afirma que “o mapa não é o território por ele descrito”. Porque damos atenção àqueles aspectos do mundo que nos interessam, e ignoramos outros. Os filtros que impomos às nossas percepções determinam a classe do mundo em que vivemos. Extraímos da realidade a nossa interpretação e traçamos o nosso mapa mental.

A PNL possui também um mapa que lhe é próprio e a partir do qual interpreta a comunicação e o comportamento humanos. Aos seus filtros chamamos princípios, e estes constituem um guia ou modelo a ter em consideração ao acercarmo-nos da arte e da ciência da PNL.

Alguns dos princípios mais importantes da PNL:

1.     O mapa não é o território.

2.     Processamos a informação através dos cinco sentidos.

3.     Todo o comportamento se orienta no sentido da adaptação.

4.     Aceitamos com maior facilidade o conhecido.

5.     As pessoas têm dois níveis de comunicação: o consciente e o inconsciente.

6.     Na comunicação não existem fracassos, apenas resultados.

7.     Para reconhecer as respostas é preciso ter os canais sensoriais limpos e abertos, o que implica evitar as interpretações.

8.     As pessoas possuem em si próprias todos os recursos necessários para realizar as mudanças que desejam nas suas vidas.

9.     Todo o comportamento tem uma intenção positiva.

10. Rapport é o encontro de pessoas no mesmo modelo de mundo.

 

Sistemas de filtragem

A PNL entende que “processamos a informação através dos cinco sentidos”. Através desta afirmação, a PNL desenvolve e estende ainda mais a ideia principal de que nos ligamos ao mundo exterior através dos cinco sentidos, afirmando que, para além disso, do mesmo modo escolhemos, de entre os sentidos, aquele que preferimos e transformamo-lo num filtro preferencial, por intermédio do qual também processamos a informação internamente e a retransmitimos para o exterior.

Estes filtros maiores constituem a primeira rede de selecção, através da qual organizamos o nosso mundo, ideias e manifestações.

 

Sistemas de representação

Este sentido preferencial para apreender o meio serve também para explicar a nossa experiência e para construir o nosso modelo de mundo. Na PNL designamos estes sentidos, no seu conjunto, por sistemas de representação, porque com eles representamos a experiência interna ou externa que estamos a viver.

Existem três sistemas de representação básicos:

Visual: implica a capacidade de recordar imagens vistas em tempo anterior e a possibilidade de criar outras novas, assim como de transformar as já vistas.

Auditivo: consiste na capacidade de recordar palavras ou sons anteriormente ouvidos e na de formar novos.

Cinestésico: aqui incluem-se as sensações corporais tácteis, as viscerais, as proprioceptivas, as emoções, os sabores e os cheiros.

Toda a nossa experiência (interna e externa) pode codificar-se, dado ser constituída por alguma das combinações possíveis destas classes sensoriais, e pode representar-se eficazmente no âmbito desses sistemas.

Estas classes perceptivas constituem os parâmetros estruturais da experiência humana.

Na PNL os sistemas de representação têm um significado funcional muito maior do que aquele que se lhes atribui nos modelos clássicos, em que os sentidos se consideravam mecanismos passivos de entrada.


Favorecer a comunicação

Como temos vindo a dizer, as palavras que utilizamos marcam o aspecto da realidade a que cada pessoa concede mais importância. Esta mesma razão pode ser fonte de problemas na comunicação e nas relações humanas. É, pois, importante que aprendamos a usar os predicados que estejam de acordo com o sistema de representação preferido do nosso interlocutor.

Não se pretende, porém, uma contínua expressão no sistema do outro, que pode não coincidir com o nosso, porque isso seria falso e forçado e, por conseguinte, desgastante.

Dois bons momentos para pôr em prática esta capacidade, a de usar os predicados do outro, são o começo do diálogo e um momento em que surja alguma dificuldade ou incompreensão; desta maneira, comunicamos com o mapa do outro tornando mais compreensível o que lhe queremos transmitir.

 

Abrir os canais de percepção e emissão

É normal que os participantes expressem com maior fluidez num dos sistemas do que nos outros.

O facto demonstra simultaneamente uma capacidade e uma limitação. Quando utilizamos um sistema com mais ênfase do que os outros dois, há dois terços da realidade que são tomados em menor conta, assim como dois terços da humanidade com a qual comunicamos com limitações.

Ter os canais sensoriais limpos e abertos significa podermos aceder a maiores níveis de experiência, sermos mais completos e estarmos em condições de poder comunicar melhor com as restantes pessoas.

O caminho consiste em sensibilizarmo-nos para os sistemas que temos menos desenvolvidos. Integrar todos aqueles predicados que nos são pouco habituais abrirá os nossos canais e ampliará a nossa experiência. Quando disser vejo, verei; quando disser sinto, sentirei; quando disser ouço, ouvirei.


Programação Neurolinguística e a comunicação

 

Existem diferentes definições acerca do que é e do que não é comunicação. Como à PNL interessam os resultados concretos, poderíamos pôr-nos as seguintes perguntas: como detectamos que duas ou mais pessoas estão a comunicar entre si? Que especificidade podemos observar nas pessoas que interactuam? Que factor nos indica a existência de comunicação?

Se tomarmos atenção ao que acontece numa interacção, damo-nos conta de que as acções de uma pessoa apenas têm sentido no contexto das acções do outro ou outros. Independentemente  do tipo de comunicação em causa (palavras, gestos, etc.), existe sempre uma forma de coordenação entre os seres envolvidos.

Comunicação é o processo em que a acção ou a experiência de uma pessoa (animal, ser, etc.) e a acção e a experiência da outra/outras se dão de forma coordenada (Vallés, 1995).

Quando Bandler e Grinder (1979) decidiram estudar a comunicação, limitaram-se a fazer algo muito simples: analisar o que faziam os bons comunicadores, ou seja, aqueles que eram capazes de comunicar com diferentes tipos de pessoas, em diferentes contextos e em vários níveis, e que conseguiam obter respostas que outros não sabiam como atingir.

Como base dos seus estudos propuseram, como princípio essencial na comunicação, a seguinte proposição: “Em comunicação não existem fracassos, apenas resultados”.

O que significa que, para a PNL, existe sempre comunicação. É possível que não estejamos satisfeitos com os resultados obtidos, mas os dados que recolhemos na nossa intenção de comunicar ser-nos-ão úteis para melhorar.

A PNL considera a existência de duas formas de comunicação: interna, constituída pelas coisas que representamos, dizemos e sentimos no nosso foro íntimo; externa, a que estabelecemos com os outros por meio da palavra, de expressões do rosto, de posições do corpo, de trejeitos.

Mesmo quando o âmbito do interno se considerava inalcançável, do ponto de vista da observação externa, a PNL descobriu que há signos visíveis que permitem valorizar a comunicação.

Sabemos já que toda a comunicação, interna ou externa, gera condutas; a esse propósito a PNL formula a seguinte definição: Conduta – todas as representações sensoriais que uma pessoa experimenta e expressa (interna e/ou externamente) e que se manifestam evidentes a um observador externo (Vallés, 1995).

Por essa razão, a PNL diferencia a conduta em dois níveis: macroconduta, facilmente observável em situações como conduzir um veículo, falar, brigar, enjoar ou andar de bicicleta; microconduta, inclui fenómenos mais subtis mas de igual modo importantes, como o ritmo cardíaco, o tom de voz, as mudanças na cor da pele, etc. Estes fenómenos produzem-se quando se geram imagens mentais, quando se efectuam diálogos interiores, ou quando se recordam sensações.

No processo de comunicação, é muito importante a observação precisa destas alterações, a que chamamos “calibragem”.

Para calibrar, observamos as variações neurofisiológicas que podem ocorrer (entre outras) nas seguintes manifestações físicas: ritmo da respiração; posição da respiração; movimento das asas do nariz; tonalidade da pele; dilatação dos poros; movimento e tamanho dos lábios; movimento dos músculos nos maxilares; dilatação e contracção das pupilas; movimento dos olhos e velocidade do pestanejar; posição do corpo; ritmo cardíaco; pequenos movimentos, gestos, inclinação da cabeça, etc.

No processo de calibrar é importante ter em conta que há um ponto onde a percepção é inexacta, onde nos escapam pormenores relativos aos filtros pessoais que utilizamos. É também possível verificar este fenómeno fisicamente: quando fixamos a visão, existe um ponto que aparentemente devia estar dentro do nosso campo visual, não conseguimos perceber aquilo que nele se apresenta.

 

Compassamento, o segredo da linguagem corporal

Quando as pessoas estabelecem uma comunicação real, produz-se, para além das palavras, uma sensação de comodidade ou de bem-estar que se reflecte corporalmente. Esta manifestação de conduta, que se produz inconscientemente, pode ser reproduzida a nível consciente, através da detecção dos signos exteriores que a revelam e que foram evidenciados pela PNL.

Além de desenvolver a agudeza sensorial para detectar as respostas do nosso interlocutor, o segundo passo no processo da comunicação consiste em manejar as técnicas do compassamento para atingir uma espécie de mimetismo comportamental, que em PNL se conhece como acordo ou relação.

O compassamento realiza-se tendo em conta os seguintes aspectos: reflectir a postura corporal; reflectir os movimentos; estabelecer comunicação ao mesmo nível favorece a aproximação; olhar para os olhos; adequar-se ao ritmo da respiração; compassar com a voz, tendo em conta as características do timbre, tom, ritmo, volume, etc.

Para se chegar à outra pessoa, a aquisição das técnicas de compassamento constitui, no domínio da linguagem não verbal, um passo importantíssimo. Talvez inicialmente nos sintamos como macacos doidos, imitando gestos, e nos assuste pensar que os outros se julgam escarnecidos.

Entretanto começamos a aplicar as técnicas e, se formos cuidadosos, descobriremos não só que o outro assume com naturalidade as nossas mudanças e o nosso “espelhamento” como parte da comunicação, mas também que existe um poder enorme no compassamento, que permite estabelecer – ou romper – o encontro com os outros. 

 

Rapport, para atingir uma relação completa

Quando tivermos atingido uma capacidade efectiva de calibrar e compassar os nossos interlocutores, podemos conseguir um estado de relação ou de empatia a que chamamos rapport.

Estar em rapport é partilhar uma mesma emoção. É algo que se atinge ou não se atinge. Podemos usar as técnicas de compassamento para consegui-lo, mas o encontro é algo que depende da relação. Quando isto acontece, a coordenação mantém-se por si, a nível inconsciente.

Mais que uma técnica, trata-se de uma arte, porque a comunicação não se consegue por meio do reflexo mecânico das posturas e dos gestos da outra pessoa. É necessário estar ali com a “alma”, saindo por um instante do nosso próprio mapa para contactarmos com o modelo de mundo da outra pessoa. É necessário compassar alguns aspectos do outro, não todos os movimentos; porém, é muito importante o acompanhamento com o ritmo respiratório.

Em geral, os elementos mais importantes para calibrar e compassar os efeitos de estabelecer rapport são: gestos e posturas corporais, respiração, características da voz, sistemas de representação, palavras ou frases repetitivas, expressões ou movimentos faciais, distância de comodidade para a outra pessoa.

 

Programação Neurolinguística e a comunicação verbal

 

Para detectar as distorções em que incorremos para comunicar, a PNL conta com um modelo de precisão chamado “metamodelo da linguagem” (Vallés, 1995).

O metamodelo constitui uma técnica que nos permite clarificar o que dizemos, que nos alerta para o auto-engano, que nos facilita abarcar o que queremos dizer com o que dizemos, para que a linguagem volte a conjugar-se com a experiência.

O modelo de precisão divide os “princípios do modelado” na linguagem em três grandes grupos: omissões, distorções e generalizações. Por exemplo, se eu digo que “ninguém me quer”, por um lado estou a cometer uma omissão, porque não informo sobre quem me refiro especificamente; por outro, e em simultâneo, estou a fazer uma generalização, visto que na afirmação englobo todos os seres humanos, não dando espaço a excepções. É desta forma que uma mesma frase pode incluir uma ou mais infracções ao sentido da experiência. 

 

Alcance de objectivos

O uso do metamodelo permite-nos descobrir as distorções que praticamos permanentemente na nossa expressão interior e na que realizamos com os outros. Esta deformação nas mensagens não só afecta a qualidade da nossa comunicação, mas pode também chegar a transformar-se numa fonte de limitações constante, se a utilizarmos inconscientemente quando falamos das nossas aspirações, e dos nossos objectivos e projectos.

É do conhecimento geral que, quando tenhamos podido definir claramente o que queremos, está metade do caminho percorrido. Se digo “não quero mais ser gordo”, ou “quero ser feliz”, estou a proporcionar ao meu cérebro dados sobre o que NÃO quero ser, ou informação muito difusa sobre o que SIM, quero ser.

 

Modelo para a definição correcta de metas a atingir

Sintetizando os elementos fornecidos pelo metamodelo da linguagem, contamos com um esquema básico que podemos aplicar de cada vez que decidirmos qual a meta a atingir ou a acção a praticar.

 

Questionário para atingir objectivos

Condições

Perguntas

Expresso de forma positiva

Implica as coisas que a pessoa quer fazer e não as que não quer fazer.

O que, especificamente, quer ou deseja?

Demonstrável em forma sensorial

Representar o objectivo, pelo menos nos três sistemas representacionais principais.

Como se daria conta da obtenção do objectivo? Que veria, ouviria, sentiria? Como se daria conta disso outra pessoa?

Especificado e contextualizado

Definir em que contextos se deseja e em quais não se deseja.

Quando, onde e com quem o deseja? Quando, onde e com quem não o deseja?

Iniciado e mantido pelo sujeito

O êxito do objectivo deve basear-se nos nossos próprios recursos e não nos de qualquer outra pessoa.

De que necessitaria para atingi-lo (recursos)

O que o impede de o atingir (limitações)

Controlo ecológico

O objectivo a alcançar deve ser coerente em dois sentidos: por um lado, com as convicções e com outros objectivos do indivíduo; por outro, deve contemplar o contexto interpessoal em que se move a pessoa, a fim de evitar possíveis conflitos.

Em que beneficiaria se o atingisse?

O que poderia perder ao atingi-lo?

Se o atingisse, de que maneira seria afectado o ambiente que o rodeia?

Como mudaria ou afectaria a sua vida o atingi-lo?

(Vallés, 1995)

 

Este modelo de fácil utilização sustentará, a partir de agora, os diferentes trabalhos que façamos com a PNL. Com ele, poderemos verificar a força de decisão de mudança e saber se a transformação a ela inerente é ecológica no universo da pessoa. Por vezes, acontece estabelecermos objectivos que se revelam incongruentes com outros aspectos fundamentais da nossa vida, como, por exemplo, com as nossas convicções, os nossos valores. O questionário ajudar-nos-á a detectar essas incongruências e a decidir conscientemente sobre se o nosso objectivo tem maior ou menor peso do que as consequências que a sua consecução acarreta.

 

As mudanças desejadas

 

Muitos dos princípios da PNL reflectem o que, com frequência, sucede nas nossas actuações quotidianas. Em geral, evitamos ou questionamos aquilo que nos é estranho, aquilo que não fez parte da nossa experiência. Consideramos inimigos aqueles que pensam de forma diferente, criticamos os que não actuam como nós, e apelamos aos que nos rodeiam que imitem as nossas condutas. Em contrapartida, aceitamos o que nos é afim, consideramos verdadeiro o que se adequa aos nossos pensamentos, história e convicções, sentimo-nos cómodos com aqueles que julgamos serem nossos iguais.

Estas formas de actuar incidem fortemente no nosso processo de aprendizagem, gerando emoções que o facilitam ou o dificultam. Uma situação traumática passada serve-nos para justificar as limitações presentes, e essa cegueira cognitiva impede-nos de traçar objectivos para o futuro, pelo que eternizamos a limitação.

Uma das principais dificuldades que surgem perante um comportamento determinado consiste no facto de, ao actuar, nos encontrarmos lançados numa situação à qual, porque estamos envolvidos, não podemos geralmente criar alternativas que lhe modifiquem o curso. Agimos automaticamente. Somente depois de passada a situação podemos avaliar o que poderíamos ter feito; porém, lamentavelmente, é tarde e não podemos transformar a pauta indesejada.

Também neste aspecto a PNL teve em conta o habitual na conduta humana – o mover-se com naturalidade no conhecido – e transformou-o no trampolim para potenciar sucessos pessoais. De que maneira?

·       Centrando-se no alcance do objectivo e não nos problemas e nas suas causas.

·       Centrando-se nas opções e nos recursos das pessoas, porque a PNL entende que “as pessoas possuem todos os recursos necessários para efectuar as mudanças que desejem”.

·       Gerando alternativas de acção e experiência, criando a experiência da situação que é o nosso objectivo, como já vivida, a fim de que, logo, o nosso inconsciente o accione automaticamente. Ou seja, registando-o no arquivo do conhecido.

·       Este contexto interno da experiência permite fazer uso de uma faculdade natural do ser humano, a qual nos diferencia das outras espécies: actuar com independência do que sucede no exterior.

A PNL denomina este processo por mudança generativa, e implica dirigir a atenção para o alcance dos objectivos e para o seu desenvolvimento no nosso próprio teatro mental. Neste cenário interior podemos mover-nos em alternância de papéis ou assumir o papel de outras personagens, a partir das quais possamos ensaiar experiências.

Também podemos alterar o cenário, criando diferentes ambientes e situações, ou suspender a cena num ponto determinado, retroceder, torná-la mais lenta ou acelerá-la. O que significa que temos a liberdade de fazer da nossa vida a nossa própria obra-prima.

A informação necessária para a mudança provém dos cinco sentidos, sendo que representamos a experiência através de modalidades (sensações) e submodalidades (distinções dentro de cada uma das modalidades que servem para definir o que ocorre no exterior e o que representamos interiormente).

Cada pessoa tem um sistema próprio de armazenamento de informação e, para tal, não existem formas correctas nem incorrectas.

A descoberta mais importante deste trabalho consiste no facto de não permanecermos incólumes perante as nossas memórias. Não podemos mudar o que realmente ocorreu, mas podemos trabalhar com as marcas que nos deixam, a fim de fazermos com que cada dia mereça ser vivido em plenitude.

Apelar às submodalidades corresponde a um recurso simples e extremamente eficaz para trabalhar quotidianamente com a forma como representamos a experiência. Deste modo, sempre que nos encontremos ante uma situação recorrente, a recordação transformada vai fazer com que a nossa reacção externa seja diferente.

A revivência da recordação pode ser feita num modus de protagonista ou de espectador, dependendo da nossa situação no que diz respeito à acção. Podemos, portanto, possuir uma das duas seguintes posições perceptivas: associado (a pessoa vive a cena de dentro) e dissociado (a pessoa toma o papel de observador). Tendo por base situações específicas, é possível distinguir claramente os dois estados, sendo que podemos fazer uso de todas as recordações agradáveis, associando-nos a elas, tornando-as mais intensas, mais presentes. E perante as desagradáveis podemos criar distância, dissociando-nos e aplicando as submodalidades que as debilitem.

O ideal é, portanto, estar associado às experiências agradáveis e dissociado das desagradáveis.


Utilizar o teatro da mente

 

A aventura de actuarmos no nosso teatro da mente oferece múltiplas possibilidades, tantas quantas sejamos capazes de imaginar.

Experimentemos viver as situações a partir do corpo de cada um dos actores através das distintas posições perceptivas: o meu ponto de vista, o seu ponto de vista (identificação com o outro, ou em lugar do outro), o ponto de vista de um observador externo (o encenador da obra).

Adoptamos inconscientemente, no decurso da nossa vida, diferentes posições ou pontos de vista – por exemplo, quando dizemos “eu, no teu lugar” ou “distanciando-me da situação...”.

O facto de não considerarmos estas possibilidades como recursos faz com que utilizemos habitualmente o nosso ponto de vista pessoal, sem incluirmos os restantes nas nossas considerações. Ao desaproveitarmos estes recursos, usamos apenas uma parte da totalidade da informação disponível, que poderia constituir uma importante ajuda nas atitudes quotidianas e na tomada de decisões.

O importante é darmo-nos tempo para percebermos que informação está ao nosso dispor, quando nos convertemos no “outro” ou num “observador”. Integrar esse exercício nos nossos hábitos torna-nos mais flexíveis, mais compreensivos, mais amplos. Essencialmente, tornamo-nos mais “sábios”. Esta capacidade é um enorme recurso para desenvolver longas e respeitosas relações.

Cada um de nós pode beneficiar se, ao aperceber-se da posição que lhe é menos familiar, começar a praticá-la com maior frequência. Quando conseguimos situar-nos nas três posições, temos o triplo da informação e da compreensão que teremos se assumirmos apenas uma delas.

Depois de experimentar a vivência de ter estado no lugar do outro, com a perspectiva do seu mapa do mundo, terá seguramente podido comprovar pela experiência que o nosso mundo pessoal é muito limitado e que nem sempre estamos na posse da verdade. Permitir um lugar à óptica do outro na nossa vida pode ajudar-nos a viver num mundo melhor, mais ecológico e mais harmonioso.

Inclusive, combinando o recurso das diferentes posições perceptivas com o manejo das modalidades e submodalidades auditivas, cinestésicas e visuais, podemos avançar para a solução de conflitos com outras pessoas.

À primeira vista, pode parecer estranho considerar que aplicando estas técnicas comigo próprio posso resolver uma dificuldade numa relação com outrem. No entanto, e reafirmando o princípio da flexibilidade, sucede que o conflito habita no nosso interior e, ao pormos a nu o problema interiormente, estaremos em melhores condições e contaremos com mais opções para solucionar a situação que nos preocupa.

Quando reunimos a informação disponível sobre o problema que nos aflige, obtemos uma maior compreensão e atingimos uma vivência mais profunda sobre a vida do outro; ainda que muitas vezes este efeito não se alcance por meio de uma explicação racional, mas através de uma emoção compartilhada, que facilita a aproximação.

 


A intenção positiva dos comportamentos

A PNL assegura num dos seus princípios que: “todo o comportamento tem uma intenção positiva.”

Tal significa que uma conduta, além das consequências desagradáveis que possa ter na nossa vida, nasce motivada por uma intenção que é positiva, já que, quando teve origem e ganhou corpo, consistiu na melhor resposta que soubemos ter ante uma situação determinada.

Por vezes, o nosso comportamento não nos traz aquilo que desejamos, e sentimo-nos frustrados. Por exemplo, uma mãe está constantemente preocupada com os seus filhos, satisfazendo-lhes as mais pequenas necessidades. A sua “intenção positiva” reside no facto de ela demonstrar o seu amor por eles; no entanto, os seus filhos podem experimentar essa dedicação como uma intromissão e sentir que a sua mãe quer controlar as suas vidas.

Quando tentamos “combater” uma conduta sem ter em conta a sua “intenção positiva”, estamos a ignorar a sabedoria da voz que encerra um ensinamento importante dentro da ecologia do seu sistema. Como resultado, geramos uma resistência e, em lugar de modificarmos o comportamento, acentuamos a sua intensidade.

Por esta razão, a PNL procura a superação dos conflitos, tanto interiores como com outras pessoas, com o fim de beneficiarem as diferentes partes, esforçando-se por criar um espaço de encontro, onde as intenções positivas das duas ou mais consciências em conflito se realizem.

O caminho está na negociação, uma ferramenta fundamental tanto no desenvolvimento pessoal como na busca do crescimento e da harmonia interpessoal.

Quando o conflito é interior, a negociação toma o nome de integração de partes.

A PNL considera que cada pessoa é um sistema em si própria, que é constituída por diferentes consciências (partes), as quais possuem, por sua vez, capacidades específicas. Quando estamos mergulhados numa contradição interna, é como se a energia se dividisse e disparasse de nós em direcções opostas, pelo que essas diferenças acabam por debilitar, dificultando o êxito dos nossos objectivos.

 

Recursos para a mudança

 

Outro dos princípios base da PNL é o que diz: “as pessoas possuem todos os recursos de que necessitam para atingir o que desejam.”

E, para compreender isto, há que explicar o conceito de recurso: “é um estado gerado por experiências positivas do passado, que podemos recuperar e trazer para o presente, visando atingir determinado objectivo” (Vallés, 1995).

Quando falamos de estado, referimo-nos à soma total da experiência humana numa situação determinada. Esta totalidade forma-se por milhões de processos neurológicos que têm lugar simultaneamente e que sujeitam as nossas reacções físicas, as nossas emoções e os nossos processos intelectuais.

A nossa vida é em si mesma um recurso, porque a experiência de viver nos serviu para acumular tudo aquilo de que necessitamos para prosseguirmos e fazermos melhor a nossa vida.

A PNL descobriu a forma a partir da qual os recursos positivos existentes ao nosso inconsciente possam estar à nossa disposição, a fim de serem utilizadas no momento em que deles necessitamos.

De que maneira podemos recuperar rapidamente um recurso? Mediante uma ancoragem, sendo que esta é “um fenómeno de associação que se cria entre pensamentos, ideias, sensações ou estados, e é um estímulo determinado, externo ou interno” (Vallés, 1995).

Vivemos num mundo cheio de situações de estímulo/resposta, e uma grande parte do comportamento humano consiste em respostas programadas inconscientemente.

O estímulo que acciona automaticamente estas vivências é aquilo a que chamamos ancoragem, e faz com que se gere um estado específico em qualquer situação e momento, sem ser preciso ser pensado. Se essa vivência que se recupera é positiva, chamamos-lhe “recurso”.

A PNL utiliza-o como uma técnica eficaz para canalizar construtivamente as nossas poderosas reacções inconscientes, uma forma prática de as ter sempre à nossa disposição. Deste modo, os nossos melhores recursos estão sempre à mão, quando deles necessitamos.

Para usarmos livremente os recursos, activamos os estados através de uma estimulação visual, auditiva ou cinestésica.

Logo que se tenha aprendido a instalar uma ancoragem, pode-se utilizá-la para activar os seus estados no momento em que disso necessite.

O colapso de ancoragens acontece quando se produz um desequilíbrio entre duas ancoragens: uma negativa e uma positiva. Conseguiremos a anulação da indesejada se gerarmos um estímulo positivo superior, mediante uma estimulação intensa ou por empilhamento de ancoragens.  


Conclusão

 

A PNL constitui um método de análise e intervenção psicológica com base num processo eternamente desconstrutivo. Mais do que contribuir para a eficácia do processo transaccional em Psicologia, a PNL incute todas as potencialidades de mudança cognitiva e de modelação dos mapas mentais, contribuindo, portanto, para a visão da função cognitiva enquanto função e não enquanto constructo, ou enquanto matéria presente em eterna mudança e não enquanto matéria pré-definida.

O mais importante na PNL releva do seu enfoque no conjunto de processamentos cognitivos que laboram e sustentam determinada função mental. A função cognitiva pode ser desestruturada, dividida, fragmentada num conjunto de processos ou gestos mais simples, os quais podem ser trabalhados numa base de treino com vista à autonomização, relevando daí um todo funcional mais coeso e integrativo.

A PNL constitui matéria nova e a explorar. Inclui miríades de exercícios e treinos cognitivos. O presente trabalho não passa de mero exercício introdutório. A parte pragmática da PNL é exponencialmente mais interessante.

 

Referências bibliográficas


Bandler, R., & Grinder, J. (1979). Frogs into princes. Neuro Linguistic Programming. Real People Press.

Grinder, J., DeLozier, J., & Bandler, R. (1977). Patterns of the hypnotic techniques of Milton H. Erickson. Meta Publications.

Lankton, S. (1979). Practical magic: The clinical applications of neuro linguistic programming. Meta Publications.

Obler, L., & Gjerlow, K. (1999). Language and the brain. England: Cambridge University Press.

O’Connor, J. (2001). Neuro linguistic programming workbook: a practical guide to achieving the results you want. Harper Collins Publishers, Ltd.

Vallés, G. B. (1995). Programação neurolinguística. Desenvolvimento pessoal. Lisboa: Editorial Estampa (original Programacion neurolinguística. Desarrollo personal, traduzido por Conceição Candeias).

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A partir de um trabalho de 2007, realizado para uma disciplina do mestrado em «Psicologia, Desenvolvimento sensorial e cognitivo» (Instituto Piaget)

domingo, março 05, 2023

O FisióSOFO

 Já disponível nas livrarias portuguesas, WOOK ou por contacto (coelholewis@hotmail.com)



sexta-feira, abril 28, 2017

A Síntese (im)Perfeita

Já disponível na editora (edicoesmahatma@mail.com) e nas livrarias Bertrand...


sexta-feira, março 31, 2017

A Fibromialgia existe? O doente "psicossomático" *

O que têm em comum a "fibromialgia" e a "homossexualidade"? Ambas implicam um "pathos" ("sofrer") íntimo, fantasmático, que é estendido, dilatado, pelas representações sociais relativas às duas condições, portanto, pelo "pathos" social. O "outro" que temos por dentro, a culpa, influencia e é influenciado pelo "outro" de fora, a sociedade. No caso da "homossexualidade", a culpa intrínseca é parcialmente nutrida pelas representações sociais da primeira; a sua despatologização pretende desligar parte deste processo. No caso da "fibromialgia", a culpa aspira ser desligada através de um processo de conversão, de transformação, de uma coisa "mental" "stricto sensu" numa coisa essencialmente "física" "stricto sensu".
Aproveito o facto descrito em https://www.publico.pt/2016/12/29/sociedade/noticia/fibromialgia-reconhecida-como-doenca-1756467 ("Fibromialgia reconhecida como doença") para mencionar a ponderação que a "sociedade" possui no prolongamento do "pathos" de cada um. Não querendo autenticar a sua "síndroma" enquanto mera (?) "depressão" (neste contexto, com caracteriologia, expressão, especialmente "física"), os fibromiálgicos, e as suas associações, sempre pressionaram a comunidade médica, e os clínicos em geral, no sentido de verem o seu "sofrer" ser patologizado/nomeado/identificado no molde de uma presumida "doença" com cariz autónomo, cujo reconhecimento enquanto tal permitisse apagar parte das representações mentais negativas que, geralmente, se atribuem a uma coisa tão aparentemente volúvel quanto a psicopatologia.
Mas a depressão (passe-se a "globalidade" do que o termo abarca) é tudo menos volúvel e, por vezes, o "pathos" que ela configura é tão desabrido que o paciente, inconsciente e/ou involuntariamente, acaba por convertê-la/o numa coisa emergivelmente "física" "stricto sensu", menos abstracta (se bem que a "sensação física" apela ao "abstracto") e, portanto, mais facilmente compreensível, partilhável e/ou aceitável. O mecanismo é interno e pode ser reconhecido em muitos pacientes, mormente naqueles em que a "evolução" é capciosa e tendente para a cronicidade. O mecanismo, como já vimos, é igualmente social, contribuindo este para perpetuar o anterior.
No início nem sempre é evidente. O paciente queixa-se de determinada(s) parte(s) do corpo, tratamo-la(s), a coisa melhora subitamente ou simplesmente nada acontece. No dia seguinte é outra coisa que dói, o paciente desgasta-se em pormenores e "sensações" geralmente infundados e irrisórios (apesar de subjectiva e semioticamente relevantes). Nada que seja evidenciado pelos exames já efectuados. Porventura, terá havido alguém que valorizou o pouco que os exames mostravam de "anormal" ou as apreensões do paciente, este ficou satisfeito, a coisa até pode ter melhorado, mas, mais tarde, tudo retornou. As dores mantêm-se e vão viandando por um corpo provavelmente tenso, o paciente mexe-se com cuidado e prevenção desmedidos (pode haver medo ou mal-estar, mas o paciente dirá, possivelmente, que não se sente deprimido; obviamente, também há a possibilidade de as manifestações físicas e mentais/emocionais se co-relacionarem, sendo, claro, por vezes, difícil de definir/discernir objectiva e subjectivamente o que é "físico" vs. "mental", até porque o físico é mental é físico, significantes de uma "mesmidade") e tudo se vai perpetuando numa demanda de intervenções (bastas vezes com resultados frustrantes, outros, estranhamente milagrosos) e de múltiplos profissionais de saúde (os quais, quase sempre vitimam o paciente com as suas teorias e paradigmas - ao invés de se disporem a um esforço de "síntese" dos diferentes dados, distintas pistas do raciocínio clínico -, contribuindo para prolificar ainda mais o conjunto das apreensões do sujeito). Se há algum que lobriga a irracionalidade (?) das manifestações (segundo o ponto de vista do raciocínio clínico mais costumeiro) e escolhe referir-se ao aspecto possivelmente mental, psicossomático, dos sintomas (coisa que, na, frequentemente não acontece - dado o imediatismo do sistema, do modo como se avalia e trata, bem como a mera componente metamorfoseante do paciente, que ilude continuamente o profissional -, o que até admira, não sejam todas as condições físicas irmãmente, senão causalmente, "mentais"), ele é presumivelmente repelido, o paciente dificilmente aceita que aquilo que tem é dominantemente psicogénico (sendo que o mal-estar que possa eventualmente existir é facilmente encarado como consequência, e menos enquanto correlato - e menos ainda como causa -, do problema físico) - embora possam ocorrer transitoriamente algumas suspeitas -, recusa usualmente a ajuda estritamente psicoemocional, se bem que a recebe "indirectamente" através dos multíplices terapeutas entretanto sondados (nem que seja mediante a componente psico-física das inerentes terapias - não obstante o facto de a via "física" propriamente dita conservar a problemática -, pela via do trabalho semiológico das manifestações, talvez menos pelo viés dos processos de relaxamento e outros que dimanam sobretudo a um nível cognitivo-comportamental). À falta de respostas, as terapêuticas não convencionais assentam que nem uma luva nas necessidades destes pacientes. E, assim, tornam-se comummente seguidores destas terapias, das suas explicações e filosofias, da dinâmica das suas soluções (a sua linguagem "ideal" é um "modus" de linguajar "psíquico", o nosso condicionamento "materialista" atribui-lhe uma importância ténue, mas, bem vendo, não é especialmente divergente da solução psicanalítica, identicamente abstracta, volúvel e "infalsificável"; quiçá os pacientes encontrem  o seu lugar dentro dessa "práxis"). Às tantas, convertem-se ao "new age", a estilos de vida alternativos, às "espiritualidades" salvíficas. E, por vezes, só assim chegam a entender derradeiramente que existe uma ligação corpo-mente inalienável, não integrando, no entanto, a sua "perfeita" condição "mentalista" (diz, claro, o velho preconceito "materialista"); procuram, quiçá, a resposta no "espírito" - que é, em suma, o próprio inconsciente, trasladado para níveis especularmente "superiores" e abstractos, funestamente promovidos pela semiologia esotérica -, e não tanto no "inconsciente", preferem os terapeutas das "vidas passadas" (que, não obstante, poderão operar metaforicamente a um nível inconsciente, representando as "vidas passadas" processos "ancilares" da vida coetânea) aos psicanalistas mais sistemáticos, as proposições mágicas às psicológicas "stricto sensu", a meditação transcendental à busca verdadeiramente íntima (egóica, claro, e, por isso mesmo, repudiada pela mesma espiritualidade que a sabe excrescente). Reconhecem a importância da "psique", mas de modo controverso, não "psiquificando" a sua condição, mas antes a "espiritualizando", sem deixarem de prover a sua causalidade "física"; assim, efectuam uma "fuga para a frente", não reconhecendo que é a própria problemática depressiva que explica tanto os sintomas como a busca do "etéreo", dupla defesa, dupla conversão, do mental ao físico e do mental ao espiritual, e, já agora, do físico ao espiritual (sendo que a conversão do materialista "psicodinâmico" poderia ser do espírito ao mental-físico, aqui a cegueira "psicanalítico-cêntrica" teria uma razão de ser "ideal" e "paradigmática" semelhante à da cegueira teomaníaca... quiçá, o paradigma "psicanalítico" corresponda à minha plena ilusão egocêntrica desindividualizadora, identitária), com o sobrepujar da etapa "emocional", talvez a mais difícil de ser vivificada integralmente; não que estes "espirituais" não assegurem a importância do "auto-conhecimento", mas portam-no para um lugar abstracto, sem que prevaleça uma verdadeira auto-análise, esta muitas vezes afrontada como perdulária, errática e aviltante, pois, afinal de contas, o "ego" é uma ilusão.
Não é que a coisa fosse necessariamente resolvida no divã, também, e sobretudo, aí as coisas se eternizam num labirinto de interpretações (tal-qualmente abstractas e mágicas - mas vivenciadas na carne autobiográfica e onírica do reconstrutor do terreno (super)egóico -, se bem que, sobrevindo de um psicanalista, enraizado num contexto de aceitação social e materialista, poderão ser encaradas de outro modo). O "mal" (socialmente visto enquanto tal) é profundo e ancilar (possuindo origem na mesma sociedade, a qual enforma as referências principescas/supergóicas, que julga "moralmente" o desajuste "culposo" ao contexto), há quem silencie o sintoma com o anti-depressivo, muitas vezes totalmente rejeitado pelos proponentes das "alternativas" (que se escusam aos métodos de um sistema arrostado como condicionador, propagador de "bonifrates" dessensibilizados), há quem se limite a adoptar a existência de uma doença que, supostamente, não possui cura e merece tratamento especial, incluindo os direitos estatais, tudo serve para evitar a conversão genuína da problemática ao abstracto, ao concreto dos sentimentos (que, não obstante, de pouco serve, visto que esse "concreto" é igualmente ilusório e impermanente). No caso do fibromiálgico, procura-se a aprovação social que o "espiritual" comuta num suposto estilo de vida "sustentável" e harmonioso. Iludidos estão ambos, mesmo o que parece "mentalizar" e, na verdade, transfigura a "espiritualidade" numa "religião". E iludidos se devem manter, como todos nós, pois prodigalizar a consciência é arriscar a implosão (por outro lado, aqueles processos poderão facilitar uma futura consciencialização); interessa, sobretudo, segurar a compensação, o que, demais a mais, nos leva a questionar o relevo de um texto que pretende "desiludir"... é que este foi escrito pelo "ego" e não pela "empatia", interessou ao autor arrumar seu próprio equilíbrio, sua intrínseca alucinação, ao invés do alheio. Se, para o paciente, o registo "espiritual" constitui o paradigma responsivo, de nada serve "irrealizá-lo", pois que o "ideal" é, para ele, tão "real" quanto é, para outros, o "positivo". O seu "ideal" é a sua linguagem, "espiritual" ou "psicodinâmica", tanto faz, com doença, espírito, medicamento ou holisticidade, persiste, desde sempre, o "ilusório", a fantasia com que podemos alimentar o futuro, de bengala na mão da (in)solução. Algumas soluções parecem mais certas e delongáveis, mas que diferença fará este "longo prazo" à vista de uma eternidade de transformismo polarizado? Achamos que somos especiais por concebermos o método dialéctico, porque o dominamos a algum nível, mas não somos categoricamente distintos do que voga na efeméride ou em "paraíso artificial", todos em seu plano ou amplitude, interessa, particularmente, fazer medrar o sofrimento, o resto é, mais uma vez, caso de aquiescência social, facécia de uma visão preconcebida do tempo e da virtude.


(* in «A Síntese (im)Perfeita. Sobre o tempo, a culpa e o Nada», Edições Mahatma, 2017)