sábado, outubro 23, 2010

"Mézières’ method and muscular chains’ theory: from postural re-education’s physiotherapy to anti-fitness concept"

Um novo artigo foi publicado na Acta Reumatológica Portuguesa. Desta vez em inglês...para facilitar a "internacionalização" do conceito de Reeducação Postural. E escrevo isto aqui na Terceira, Açores, a caminho do último dia do I Congresso Internacional de Desporto e Actividade Física de Angra do Heroísmo. A cidade é maravilhosa, assim como têm sido dias interessantes, incluindo a amizade e sapiência do Prof. Paulo Araújo e do seu PNF-Chi.
Mas, entretanto, deixo-vos com o link do artigo intitulado "Mézières’ method and muscular chains’ theory: from postural re-education’s physiotherapy to anti-fitness concept": http://www.spreumatologia.pt/sites/spreumatologia.pt/files/publications/articles/27._LE_-_Mezieres_ARP2010.78LE.pdf.

domingo, outubro 17, 2010

A doutrina económica enquanto ciência pós-moderna

Em tempos fiz, no espaço deste jornal, a defesa do neo-liberalismo enquanto modelo de salvação da crise portuguesa e, em geral, do Modelo Social Europeu. Estaria enformado pela ideia de um profissional de saúde que trata o enfermo segundo as manifestações clínicas presentes: em linguagem económica, servir-se-ia o keynesianismo a países fortemente neo-liberais (é o caso de Obama nos EUA) e servir-se-ia o neo-liberalismo a países fortemente keynesianos (como os países da Europa do sul). Daí “receitar” o neo-liberalismo a Portugal e à dormente função pública portuguesa. Também fiz a defesa de que esse mesmo modelo de Hayek é que constituiria a verdadeira ciência no sentido em que é entendido por Popper e muitos dos que preenchem os quadros académicos da London School of Economics. Mas, à semelhança daquilo que tenho feito nos diversos textos deste jornal – o esboçar do pretenso conflito entre uma ciência “exacta” propriamente dita e uma ciência “pós-moderna” por muitos entendida por pseudociência – pretendo dar agora a outra face da moeda.
Pois se é certo que a ciência económica propriamente dita parece mais de acordo com as análises doutrinárias “clássicas” do liberalismo iniciadas pelos fisiocratas e essencialmente por Adam Smith, o pai do capitalismo, e seus “associados” (como David Ricardo e Thomas Malthus), e com o contemporâneo neo-liberalismo, também é certo que essa mesma “ciência propriamente dita” só o é enquanto “método” ou “produto”, esbarrando contra a parede da Ética no momento de falarmos dos “processos” ou do “caminho”. A verdade é que não podemos simplesmente ignorar a realidade histórica e não podemos ignorar que a história das doutrinas económicas inclui reacções proteccionistas e intervencionistas do Estado, incluindo a teoria socialista, que é, em última análise, a mais determinante teoria económica que alguma vez se constituiu.
Sabemos que, tal como defendido por muitos liberais, o socialismo não é científico, não obstante a beleza da sua conteudística humanista. Mas também sabemos que a Verdade verdadeira e real pode, eventualmente, estar naquilo que uma medição científica não quantifica: a estética do “caminho” e a beatitude dos processos humanos envolvidos na teoria do socialismo.
Enquanto fisioterapeuta que sou, defensor da teoria mézièrista das Cadeias musculares e da Reeducação Postural, que acarreta implicações que contrariam a ciência fisioterapêutica partilhada por mais de 99% dos profissionais da área, sempre pensei que é possível que estas “maiorias científicas” da imprensa que advogam a morte do Socialismo e da utopia colectivista estivessem errados, porque potencialmente enfermos da doença da “ciência clássica”. Estando bem patente em mim a contradição de quem já muito defendeu Popper e o falsificacionismo de demarcação entre ciência e pós-ciência, e não deixando nunca de admirar e de admitir a pragmática positiva e utilitária da obra do autor de “A pobreza do historicismo”, não posso deixar de pensar que a Verdade real pode eventualmente estar na ciência dita historicista, pós-moderna e relativista, que é, na Economia, representada, no seu máximo expoente, pela visão marxista.
Sabendo que o socialismo não é feito só de Marx e Engels (sendo que há outros nomes importantes na história do socialismo como Saint-Simon, Robert Owen, Charles Fourier, Louis Blanc ou Proudhon), sabendo também que a obra de Marx tem sido mal interpretada, e admitindo que existe uma via mais contemporânea de socialismo que se denomina de “socialismo de mercado”, “social-democracia” ou “terceira via” (Anthony Giddens), não podemos deixar de ter em conta o humanismo de uma teoria que esboça a importância do ser humano enquanto verdadeiro “alvo” do capital.
É certo que esse humanismo esboça uma ética exigente que, para ser construída, fez (e faz) uso de muitos sistemas totalitários. É também certo que o socialismo parece ser considerado, pelas tais “maiorias científicas”, como morto, pelo menos desde a queda da “cortina de ferro”. Mas também é certo que, mesmo admitindo a falência do Modelo Social Europeu e a necessidade da criação de um novo modelo de gestão dos Estados Sociais (que nunca deverão perder este cunho), o advento do socialismo de mercado continua a parecer o mais aceitável, se é que queremos respeitar as verdadeiras características falibilistas do ser humano.
É que, ao preconizar o “cada um por si” e a premiação do mérito e das capacidades individuais de cada um, o neo-liberalismo esquece um facto importante: as desigualdades de mérito e capacidades reproduzem as desigualdades sociais; e estas são função de um certo determinismo genealógico e histórico-social. Mesmo a Educação universal e gratuita não pode produzir a igualdade social, pois as crianças levam para as escolas as culturas familiares e intelectuais de que são basilarmente vítimas. A educação e o insucesso escolar é vítima das desigualdades sociais, e o contrário é menos verdade.
Ora, mesmo assumindo que o socialismo radical produziu resultados medíocres ou mesmo antitéticos, não posso deixar de assumir que o “socialismo científico”, mesmo que de “científico” tenha pouco (e de pós-moderno tenha eventualmente muito), possui uma mensagem determinante para a humanidade: é que os meios continuam a ser mais importantes que os fins.

A propósito da crise e da ciência económica

Parece que já tudo foi dito sobre a crise e a situação económico-financeira desta nossa pobre nação. Todos vituperam e todos receitam soluções. E, não bastasse a Economia ser uma temática de tão complexos detalhes e inumeráveis explicações do tipo “ciclo vicioso”, também as ciências política e sociológica parecem com aquela ter inumeráveis ligações difíceis de descortinar. É pena que a teoria subjacente à “Intelligentsia económica” tenha estado a ser tão pouco aludida e tão descaradamente negligenciada pelos profissionais e intelectuais da área.
Há coisas do campo da epistemologia científica que importam ao reino da Economia. Importa, por exemplo, clarificar se a ciência económica é do tipo “exacta”, com uma capacidade mínima de previsão, ou se, à semelhança da História e de uma certa sociologia, é do tipo “social”, onde pode abundar o conjunto de imprecisões capazes, em última instância, de uma aproximação a um certo tipo de relativismo pós-moderno.
A julgar pelos diálogos entre os economistas a propósito da crise portuguesa e da crise internacional, mais parece que a ciência económica parece indissolúvel do “Caos” financeiro dos mercados. Este “relativismo” é visível até na forma como as “ideologias económicas” são defendidas. Por exemplo, com a crise internacional de 2008, houve, nesse mesmo ano, quem defendesse o keynesianismo como a solução para a crise do capitalismo anglo-saxónico. Os liberalistas, entretanto, defenderam-se com a “teoria dos ciclos económicos”. Com a resolução parcial da crise americana e o agravamento da crise europeia, parece que volta a haver uma defesa do neo-liberalismo e uma regressão defensiva das teorias de Keynes e dos “excessos” do Modelo Social Europeu...
A questão das ideologias remete-nos para o campo do dogmatismo e este para o terreno do relativismo e do acientificismo. Por exemplo, os teóricos da London School of Economics foram grandes críticos das “falsas” ideologias, perigosas por se confundirem com a ‘Verdade’ das ciências. Popper critica o ‘socialismo científico’ do marxismo e Hayek, o pai do neo-liberalismo, apresenta o “planeamento central” e a “estatização” como males basilares dos colectivismos ditatoriais, tanto o socialismo como o fascismo (este outra forma de “socialismo”...). Em particular o autor de “O caminho para a servidão”, em conjunto com outros liberais, como Milton Friedman, os quais viriam a ser conhecidos como a “escola de Chicago”, advoga como caminho para a democracia o mercado de livre iniciativa, a competitividade e a privatização. Este viria a ser até anunciado como a nova forma de democracia, pendente enquanto “fim da história” (Fukuyama), com a queda do socialismo enquanto sistema, em finais dos anos 80.
Ora, tendo necessariamente em conta certos critérios como princípios de “demarcação científico – não científico” (Popper), necessários à aproximação da Economia à categoria de verdadeira ciência (e ao afastamento relativamente às ideologias dogmáticas e pré-científicas) – sendo esta uma condição da edificação de fórmulas bem sucedidas de “bem estar económico” das civilizações e da diminuição do grau de “incerteza” relativista que permite a corrupção e a libertinagem de políticos mal intencionados –, é certo que a ciência económica propriamente dita parece mais próxima do pragmatismo neo-liberal do que do keynesianismo ou da ideologia socialista (ou mesmo do “socialismo de mercado” ou da “terceira via” de Anthony Giddens). Segundo Guy Sorman, mesmo fazendo uso de meios mais cruéis, os resultados do neo-liberalismo apontam este “capitalismo” de “mercado livre” como solução para a crise financeira e para a criação de um Estado mínimo (subjacente à ideia de que é impossível haver saúde, educação e segurança social acessíveis às classes sem haver riqueza).
Por mim, acredito que, em específico, certos luxos do Estado Social português, como as mordomias da Função Pública, não se coadunam com o Estado mínimo. Aliás, enquanto alguns ganham ordenados milionários e têm direito a subsídios de férias e de Natal, enquanto que outros não possuem quaisquer direitos, é impossível falar de igualdade e é impossível continuar a falar por muito mais tempo, por exemplo, de Educação gratuita ou da sustentação de um Serviço Nacional de Saúde.
Mesmo constituindo o pesadelo da “esquerda”, e admitindo a necessária mudança estrutural do paradigma cultural e psicanalítico de Portugal e do seu povo (o que inclui o aumento do espírito de combatividade e de autonomia e a perda do espírito do “coitadinho”, todos estes dependentes de uma evolução assaz prolongada na matriz da estrutura educacional e intelectual dos portugueses), acredito que só um conjunto de estratégias verdadeiramente neo-liberais (incluindo o ganho de vencimentos variáveis segundo a produtividade), desde que éticas e centradas na qualidade de vida da Pessoa (não queremos o capital pelo capital), pode salvar o nosso país e manter a mínima (porque “absoluta” é impossível) “igualdade de oportunidades”: educação obrigatória, saúde básica, qualidade de vida básica e segurança social tendencialmente gratuitas para os escalões economicamente mais baixos da sociedade classista portuguesa.

Publicado no jornal 'As Artes Entre As Letras', dia 15/12/2011

quarta-feira, outubro 13, 2010

A propósito da Fisioterapia em Portugal... para brasileiros

Tenho absoluta consciência de que, desde a sua criação, o meu blogue tem sido visitado sobretudo pela população brasileira. Não é difícil perceber porquê, visto que o blogue é sobre ‘Reeducação Postural’ e especificamente a ‘Reeducação Postural Global’ está (há muito tempo) inflacionada no Brasil enquanto tema dominante, e visto também o meu blogue ser “internacional”, por pertencer ao ‘Google’. Devo dizer que tenho, à custa das visitas dos colegas brasileiros, esboçado muitos conhecimentos, assim como tenho feito amigos e companheiros de ‘MSN’. E já no passado publiquei aqui um texto em que falava um pouco sobre o meu conceito de Fisioterapia no Brasil, o qual é bastante positivo; na realidade, a Fisioterapia no Brasil apresenta um nível de desenvolvimento científico, tecnológico, interdisciplinar, académico (incluindo a existência de ‘especializações’, as quais não existem em Portugal) e social muito superior ao de Portugal.
Tudo isto vem a propósito de uma questão que me é feita muitas vezes pelos fisioterapeutas brasileiros: a situação da profissão e da formação em Fisioterapia em Portugal. O objectivo – claro – é o de alguns dos colegas do “país irmão” visitarem Portugal e, eventualmente, trabalharem cá. Ora, pretendo, neste texto, responder precisamente aos colegas brasileiros que têm essa pretensão...
Na realidade, nada me dá mais prazer do que receber colegas de profissão aqui no nosso pais. Mas, não querendo de forma alguma ter quaisquer segundas intenções ou frustrar a vinda dos colegas, devo desde já dizer que, a cada segundo que passa, merece cada vez menos a pena visitar Portugal.
Há uns anos atrás, arranjar emprego em Fisioterapia em Portugal era relativamente fácil, mas, precisamente porque havia grande oferta de empregos, e também devido à falta de legislação associada a múltiplos corporativismos, o número de escolas de Fisioterapia passou de quatro ou cinco para 17. Ora, isto fez com que, em poucos anos, o número de fisioterapeutas aumentasse exponencialmente. Temos, efectivamente, no tempo presente, fisioterapeutas a mais para as necessidades actuais do mercado português (e este evolui à velocidade da tartaruga...). E, acrescentando a isso a emergente crise económica do nosso país e a consequente desvalorização monetária e social da Fisioterapia (e das suas tabelas financeiras), a profissão é cada vez mais mal paga. Para além disso, a situação da maioria dos fisioterapeutas portugueses é precária, com entradas para a Função Pública há muito congeladas.
Mas os males da Fisioterapia em Portugal não se ficam por aqui. Por exemplo, o curso de Fisioterapia ainda está ao nível do politécnico (apesar de já existirem muitos mestrados e doutoramentos universitários na área), sem especializações, e com um investimento conceptual e tecnológico pobre. Em tudo, ou quase tudo, a Fisioterapia brasileira está mais evoluída que a portuguesa, incluindo o facto de áreas como a ergonomia, a osteopatia e a quiroprática serem, como acredito que devem ser, especialidades da Fisioterapia no Brasil, enquanto que aqui são profissões autónomas, que advogam uma pretensa autonomia profissional e também teorética e metodológica. Posso acrescentar também que, aqui em Portugal, os cursos são crescentemente mal dirigidos (como todos os cursos de outras áreas), com recurso cada vez maior ao facilitismo, incluindo professores sem qualquer “obra académica”.
Poderia acrescentar que os fisioterapeutas portugueses são mal reconhecidos e mal representados socialmente na mente dos próprios portugueses, e que a profissão não possui Ordem ou qualquer tipo de influência política ou corporativa. Nos Hospitais, por exemplo, a Fisioterapia não costuma ter Serviço próprio, é apenas um Departamento integrado num Serviço de ‘Medicina Física e de Reabilitação’.
Ora, a realidade actual é precisamente a de que os fisioterapeutas são muitos e mal pagos, mal respeitados apesar de crescentemente sabedores e capacitados, e que o precário desenvolvimento económico do país não promete o crescimento do mercado e a mudança de mentalidades.
Por outro lado, na minha visão, a Fisioterapia no Brasil possui mais respeitabilidade, mais áreas de intervenção, mais coerência académica e disciplinar, e até mais suporte tecnológico e político-administrativo. É verdade que, à semelhança de Portugal, os fisioterapeutas brasileiros são muitos e que o mercado não absorve todos os que existem, existindo um desemprego pandémico entre os fisioterapeutas brasileiros. Mas essa mesma situação já está praticamente igualada em Portugal (ou para lá rapidamente caminha), com muitos fisioterapeutas portugueses a escolherem emigrar para a França, a Itália, a Suíça ou o Luxemburgo, locais onde as coisas correm aparentemente melhor.
É certo que o Brasil possui um mercado muito esgotado. Mas também é certo que, apesar de muitos brasileiros não o sentirem, a economia brasileira está a expandir-se de tal modo que é provável que a situação no Brasil venha a mudar muito nos próximos anos. Já a crise económica portuguesa não tem perspectivas de melhoras (actualmente até vivemos numa aproximação “virtual” à bancarrota e à implosão dos mercados financeiros nacionais e internacionais), e, portanto, a ideia de que “o mercado é que tem de mudar” não passa disso mesmo...de uma ideia.
Por tudo o que deixo dito, devo então concluir que, apesar de serem – pelo menos por mim – bem vindos a Portugal, é possível que alguns dos fisioterapeutas brasileiros não consigam ter sucesso neste nosso país em crise estrutural profunda. É sempre bom conhecer um país do velho Continente, até porque Portugal tem um lindo património histórico-cultural, mas as perspectivas de encontrar emprego ou boas formações em Portugal é pequena. E a perspectiva de se fazer uma pós-graduação em Portugal parece ‘positiva’, mas não me consigo lembrar de nenhuma área de intervenção da Fisioterapia portuguesa em que os brasileiros não estejam mais desenvolvidos; penso que a diferença poderá residir na própria ‘Reeducação Postural’, com métodos como a base do “Método Mézières” a terem formação em Portugal e sem formação no Brasil.
Por tudo o que fica dito, não posso, no entanto, deixar de desejar ‘Boa sorte’ a quem vem (e também a quem “lá” fica) e ainda mais a quem resolver visitar outros países europeus. Da minha parte, manter-se-ão sempre o apoio e as informações.

(Entretanto, outros aspectos sobre a Fisioterapia portuguesa estão incluídos no meu "Manifesto sobre a emergência de uma fisioterapia pós-moderna", consultável aqui no blog ou em  http://www.hospitaldofuturo.com/profiles/blogs/manifesto-sobre-a-emerg-ncia-de-uma-fisioterapia-p-s-moderna?xg_source=msg_appr_blogpost, texto incluído no meu último livro, «A Clínica do Sagrado (...)»: http://reeducacaopostural.blogspot.pt/2014/02/a-clinica-do-sagrado.html) 

quarta-feira, outubro 06, 2010

Novo artigo "Os efeitos da 'Reeducação Postural Global': uma revisão sistemática da literatura"

O meu novo artigo, intitulado "Os efeitos da 'Reeducação Postural Global': uma revisão sistemática da literatura", encontra-se publicado no nº IV do TDTonline. Pode ser consultado em http://www.tdtonline.org/articles.php?id=magazine&mode=view_news#visualizacao. Espero que este artigo seja o primeiro de muitos mais estudos originais e meta-análises que se façam em redor da temática da Reeducação Postural, pois, neste mundo "reeducativo" ainda faltam os estudos transversais de qualidade (e as revisões sistemáticas respeitantes aos mesmos) que ajudem a defender a Reeducação Postural como método legítimo de intervenção, centrado em "Evidenced Based Practice".